This article is a continuation or an evolution of the article on repeatability, if you have not read it my dear reader, perhaps this is a good opportunity. In the previous article we talked about repeatability in the photographic language and how repetition leads to boredom. But this time, we will delve into the excessive amount of images and their relation to time. After all, could you tell me what is the lifespan of a photograph nowadays?
Repeatability is precisely a consequence of this excess of images we produce daily, of which we cannot possibly consume, creating an accelerated image-time relationship, just as we also create an aura.
In the past the photographic aura was related to the limited access coming from a single copy or from its original — the negative. With the advent of digital, photography takes its technical reproducibility and aims to reach an increasing number of viewers, not only that, but also greatest visibility in the shortest possible time. To the point of seeking a new attempt to rescue this lost aura, through the ephemeral. Stories (where images are available for a limited time only) clearly exemplifies this search, where the temporary availability added to the image a meaning for consumption only because of its temporary possibility.
Amid a growing number of images produced, the quality of information transmission is no longer enough, we need other values besides the information or aesthetics. We need something to capture our attention to these superfluous images, which by themselves do not fulfill their function of social interaction efficiently.
Photography becomes the excuse to our virtual existence. Even within all the possibilities that the digital adds to it nowadays, we need to rethink photography beyond the spectrum we are familiar with. The easy access allows any individual to be an image producer, makes the image (that was once just icons, symbols and indexes) something more — even if that “more” is shallow of meaning, information or aesthetics. Photography begins to gain a “human function,” it becomes our external memory.
The ephemeral in photography only shows our own distortion in relation to the time-image. On one hand, it releases the creativity of the weight of eternity, it gives possibilities to the unfinished. But on the other hand, would this be the salvation of repeatability or is just another way to beg for a little bit more of human contact in the unreal world we create? Let’s think.
O Efêmero
a vida útil da fotografia
Esse artigo é uma continuação ou uma evolução do artigo sobre a repetibilidade, caso ainda não tenha lido, meu caro leitor, talvez esta seja uma boa oportunidade. No texto anterior falavamos sobre a repetibilidade na linguagem fotográfica e como a repetição nos leva ao tédio. Porém dessa vez aprofundaremo-nos na quantidade excessiva dessas imagens e sua relação com o tempo. Afinal, vocês poderiam me dizer qual é a vida útil de uma fotografia na era pos-digital?A repetibilidade na era pós-digital é justamente uma das consequências provinda desse excesso de imagens que produzimos diariamente. Ao produzirmos um número surreal de imagens, das quais inviavelmente não conseguimos nem consumir, criamos uma relação imagem- tempo acelerada, assim como criamos também uma aura.Antigamente a aura fotográfica estava relacionada ao acesso limitado provindo por uma única cópia ou pelo seu original — o negativo. Com o advento do digital, a fotografia assume de vez sua reprodutibilidade técnica e visa atingir um número cada vez maior de espectadores, atualmente não apenas a visibilidade, mas uma maior visibilidade no menor espaço de tempo possível. Chegando ao ponto de buscar uma nova tentativa de resgate dessa aura perdida na reprodutibilidade, através do efêmero. O Snapchat (plataforma de interação social, onde as imagens ficam disponíveis por um tempo limitado) exemplifica claramente essa busca pela aura através do tempo, a disponibilidade temporária agregada à esta imagem um significado para consumo. Significado este que não esta relacionado com a mensagem a ser transmitida, apenas um consumo por existir essa possibilidade temporária de consumo.Em meio à um número crescente de imagens produzidas, a qualidade da transmissão de informação já não é suficiente, precisamos de outros valores além do informativo ou simplesmente estético, precisamos de algo para capturar a nossa atenção para essas imagens superflúas, que por si só não cumprem mais tão eficientemente com sua função de interação social.A fotografia passa de meio à pretexto para nossa existência virtual. Mesmo dentro de todas as possibilidades abertas à linguagem fotográfica através das novas mídias, emerge-se uma necessidade de repensar a fotografia além do espectro que estamos familiarizados. O acesso facilitado tornando qualquer indivíduo como produtor de imagens, faz com que a imagem que antes era apenas ícones, símbolos e índices, torne-se algo a mais, mesmo que esse “a mais” seja raso de significado, informação ou estética, a fotografia começa a ganhar uma “função” humana, ela torna-se nossa memória externa.A efemeridade na fotografia apenas demonstra a nossa própria distorção em relação à imagem-tempo, Por outro lado, liberta a criatividade do peso da eternidade, dá possibilidades ao inacabado, mas será esta a salvação da repetibilidade ou será apenas mais um meio para mendigarmos por um pouco mais de contato humano no mundo irreal que criamos? Pensemos.