Public Project
Biomass / Biomassa
Summary
An erratic report of an investigation on the subject of the body viewed as modeling clay
Um relato errático de uma investigação em torno do corpo enquanto massa para modelar
The female body has always been the raw material for artistic creation. Almost always through male eyes and hands. Only recently in the history of art has this representation been taken up in an expressive way by women themselves, as a way of asserting themselves, testing limits, questioning their position in society, and of formulating fiction. Each one with its perspective presents its body as an image.
Nudity here is not intended to shock or bring something new. It is a visual tool. I make myself present through my body in the image, as drawing, as sculpture. I want to provide a layer of questioning about the representation of the female body in specific and in general, approached here by the folds, by the fats, by the "defects". There is no sensuality intended and even then, it pierces through. I'm not looking for perfection or traditional beauty. I take advantage of my own discomfort with this bulging appearance to create an intimate diary that aims to find new landscapes in familiar territories.
Through the borders between body and background, between reliefs and surfaces, the image contained in the tiny polaroid conforms by aligning and resizing arms, legs, and breasts, now in new (dis)proportions. As a result, visual confusion surfaces in the frames, inviting the viewer's gaze to get lost in the shapes, possibly shifting between discomfort and recognition.
Nem corpo-ciência, nem corpo-fetiche. Nem inerte como tecido adiposo representativo de uma biologia curiosa, nem à procura do desejo do outro. Este projeto, ainda em desenvolvimento, pretende pensar o corpo enquanto massa, textura, volume. Enquanto traços insurgentes do contraste, contidos em espaço diminuto.
O corpo feminino sempre foi matéria prima para a criação artística. Quase sempre através do olhar e de mãos masculinas. Apenas recentemente na história da arte, essa representação foi tomada de maneira expressiva pelas próprias mulheres, como maneira de se auto-afirmar, de testar limites, de indagar sua posição na sociedade e de formular ficções. Cada uma com sua perspectiva, apresenta seu corpo em contexto de imagem.
A nudez, aqui, não tem intenção de chocar ou de trazer algo novo. Ela é ferramenta visual. Coloco meu corpo presente na imagem, em desenho, em escultura. Quero proporcionar uma camada de questionamento acerca da representação do corpo feminino em específico e em geral, aqui abordado pelas dobras, pelas gorduras, pelos "defeitos". Não há intenção de sensualidade e mesmo assim, ela perfura. Não busco perfeição, nem beleza tradicional. Aproveito-me do meu próprio desconforto com essa aparência protuberante para realizar um diário íntimo que pretende encontrar novas paisagens em territórios conhecidos.
Como resultado, delineio uma confusão visual, possível nos enquadramentos inusitados, convidando o olhar do observador a se perder nas formas, indagando o conteúdo e formulando sentidos. Pois somos condicionados a buscar sentido nas coisas. O pé e a cabeça dos "issos". E a fotografia, ainda mais presa ao real, por seu contato direto com o mundo e por sua história utilitarista da imagem enquanto representação daquilo que se enxerga, potencializa ainda mais as ambiguidades desta imagem, que se sabe corporal, mas que se demora para identificar devido aos seus encaixes improváveis.
O corpo feminino sempre foi matéria prima para a criação artística. Quase sempre através do olhar e de mãos masculinas. Apenas recentemente na história da arte, essa representação foi tomada de maneira expressiva pelas próprias mulheres, como maneira de se auto-afirmar, de testar limites, de indagar sua posição na sociedade e de formular ficções. Cada uma com sua perspectiva, apresenta seu corpo em contexto de imagem.
A nudez, aqui, não tem intenção de chocar ou de trazer algo novo. Ela é ferramenta visual. Coloco meu corpo presente na imagem, em desenho, em escultura. Quero proporcionar uma camada de questionamento acerca da representação do corpo feminino em específico e em geral, aqui abordado pelas dobras, pelas gorduras, pelos "defeitos". Não há intenção de sensualidade e mesmo assim, ela perfura. Não busco perfeição, nem beleza tradicional. Aproveito-me do meu próprio desconforto com essa aparência protuberante para realizar um diário íntimo que pretende encontrar novas paisagens em territórios conhecidos.
Como resultado, delineio uma confusão visual, possível nos enquadramentos inusitados, convidando o olhar do observador a se perder nas formas, indagando o conteúdo e formulando sentidos. Pois somos condicionados a buscar sentido nas coisas. O pé e a cabeça dos "issos". E a fotografia, ainda mais presa ao real, por seu contato direto com o mundo e por sua história utilitarista da imagem enquanto representação daquilo que se enxerga, potencializa ainda mais as ambiguidades desta imagem, que se sabe corporal, mas que se demora para identificar devido aos seus encaixes improváveis.
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