Familiar Outsider explores the possibility of depicting the masculine universe inside Porto (Portugal), a city still reflecting strong sexist and conservative values.
Written walls and male characters, whether they be workers, drunkards, ex-convicts, rappers, or retired, are frequent inhabiters of its urban sceneries, mainly found in the outskirts of a bar or public squares. Women, almost always, are in transit.
Creating these images became a way to underline my experience as a foreigner (both literally and conceptually), allowing me to dwell on the poetic gestures of a day-to-day sustained by the rawness of banality and subtle contradiction. The initial curiosity and desire to infiltrate these "forbidden" spaces gave way to a challenging practice of trying to stay open and generous, far from clichéd or pre-conceptualized ideas.
In the process of becoming familiar with them, I found freedom, beauty, and vulnerability, but also loneliness and some undeniable hardness, hinting at aspects of frailty and ambiguity. This propelled me to shape the work through contrast, using my sensitive and feminine point of view to build a tense, but congruous narrative that questions this segregated space while also respecting its integrity.
Movida pelo desejo de contribuir de alguma maneira para o debate/diálogo sobre o machismo em nossa sociedade atual, resolvi realizar um trabalho fotográfico que adentrasse o universo masculino a partir do meu ponto de vista e da minha experiência enquanto mulher. O trabalho se propõe, então, a investigar o universo masculino na cidade do Porto (Portugal), representativa dos valores tradicionais e conservadores ainda bastante presentes na cultura portuguesa. Pautada pelo desejo de conhecer e adentrar estes espaços comumente circundados de imaginários pré-concebidos, permiti que o processo de tornar-me familiar a estes vizinhos de bairro fosse aos poucos desconstruindo o meu arsenal imagético.
O que, a princípio, tinha como propósito confrontar, abriu-se para um olhar mais atento e delicado que ganha forma através do contraste, da ambigüidade e de imagens que beiram a intimidade, à medida que o afeto e a familiaridade vão sendo construídas.
